16.3.06
Tá virando piada... 2
Realmente, Charles De Gaulle era um profeta. Daqueles de deixar Nostradamus no chinelo. Em 1962, quando proferiu "O Brasil não é um país sério" (dizem seus defensores que a frase não é dele, mas do jornalista Luiz Edgard de Andrade), ele não se referia ao governo da época, nem ao passado do nosso País. Ele previu a chegada de uma nova era na política brasileira, em que aqueles que eram os "subjulgados" virariam a mesa e iriam para o poder. E já no poder, teriam controle total e absoluto sobre tudo, tudo mesmo! Inclusive sobre a justiça, cuja imparcialidade até o momento era sólida como vento.
De Gaulle previu também que, no poder, os ex-oprimidos iriam à forra, correndo atrás do que não tinham nos anos de penúria. Que, além disso, iriam caçar seus antigos inimigos impiedosamente e julgá-los. A justiça finalmente seria imparcial.
Mas, a frase em questão se referia a um outro episódio: o dia em que a justiça distorceu o sentido da palavra justiça.
Um homem culpado confesso iria, através da lei, se calar para não incriminar a outros nem a si próprio, utilizando-se de um artifício fornecido por aqueles que deveriam zelar pela justiça e que, ao invés disso, fazem piada dela.
Dela e de todos nós, cidadãos desse país entregue nas mãos de pizzaiolos.
Fico me perguntando, por que os caras-pintadas não saem mais nas ruas exigindo ordem?
Mas, me olhando no espelho, vi que os caras-pintadas saem todos os dias pelas ruas, mas com uma pintura diferente no rosto. Não mais de protesto, mas de impotência...
Obrigado, STF, pela fantástica lição de moral!
14.3.06
Novas Idéias facilitam sua vida!
Esqueça todo o trabalho que você teve até agora!
Esqueça aquele cansaço depois de perder horas com isso!
Esqueça que você antes tinha que pagar uma fábula por tudo isso!
Esqueça o trabalho que você tinha antes quando esquecia!
Esqueça de verdade!
Pois nada disso valia a pena mesmo ser lembrado...
9.3.06
Já tá virando piada... 1
Hoje, pela manhã, assistia o Bom Dia Brasil, que mostrava a reportagem da ocupação das favelas cariocas pelo Exército. Tudo por conta dos 10 fuzis e 1 pistola roubados de uma instalação militar.
Bom, como eu costumo dizer pro povo, "não mexam com o Exército". Enfim, a desconfiança na caserna caiu em cima do tráfico, que anda de olho nos paióis militares desde que se instalou no Brasil. Então, "Pelotão, sentido! Ordinário, marche!". E toca pro morro essa viatura!
Ironicamente, as polícias civil e militar resolveram apoiar o EB nessa empreitada. E não é que a empreitada tá fazendo barulho?!
Há 5 dias as tropas fecharam as principais vias de acesso às favelas, ocuparam os morros e favelas horizontais, trocaram tiros uma vez com o tráfico e mataram um garoto que "assistia a tudo de uma laje com um guarda-chuva (my ass que era guarda-chuva) na mão". E, como dizem no Rio, a chapa tá esquentando pro lado dos traficantes.
Enfim, o BDB mostrava um morador da favela, que não quis se identificar, dizendo que era um absurdo o Exército ir lá e dar tiro nos moradores. Na seqüência, mostram outros moradores fazendo protesto contra a ocupação.
PelamordeDeus!! Que porra é essa?? Enquanto os traficantes impõem suas leis na favela, matam e intimidam os moradores, tudo bem. Mas com gente fardada, atirando nos traficantes... que já viraram 'simples moradores da favela'!!
Pra completar, lendo hoje o jornal, dou de cara com o seguinte texto: "'As armas já estão para aparecer. O prejuízo que a ação do Exército está causando [ao tráfico de drogas] já dava para comprar muito mais do que dez fuzis', disse a pessoa, que deu entrevista sob a condição de anonimato."
Ou seja, a grande preocupação lá nos morros não é a ocupação do Exército em si, que realmente é bastante intimidadora, mas com o dinheiro que eles estão perdendo com os negócios não realizados!! Isso é puro Kotler de Medelin!!
O playboy não sobe o morro pra comprar farinha, o avião não desce pra abastecer o ponto, as armas e munições não chegam mais, por isso o poder de fogo deles está se acabando. E, pasmem, o CV está se mobilizando para entregar as armas logo e acabar com o cerco, para assim seu negócio voltar ao normal, pois "a venda de drogas está prejudicada"!
É inacreditável! E ainda por cima, ainda sou obrigado a chegar no Rio e ter que negar um passeio pela Rocinha, "para conhecer o sistema a complexidade e a diversidade da maior favela...".Puta que o pariu! Agora é bacana andar de jeep pela favela, sabendo que aquele passeio é permitido pelos traficantes, pois não oferece risco às suas operações?
Olha, adoro o Rio e acho uma judiação a situação lá. Anos e anos sendo estuprado por governantes ineptos e dominado por uma emissora imbecilizante que lucra cada vez mais com a merda toda que tá lá. Mas é de se fazer pensar em alguns pontos:
Por que os moradores das favelas estão tão indignados, se seus direitos não estão sendo cerceados?
Por que as ONGs locais também protestam?
Será que, ao devolverem as armas, os traficantes serão deixados em paz pela polícia?
E, por Tutatis (como diria Obelix), por que a polícia ainda não tinha feito uma operação como essa, estrangulando o fluxo das favelas, impedindo os traficantes de ganharem o seu pão, vigiando estradas, etc?
Será que ninguém ainda se ligou que o tráfico no Rio já é instituição e patrimônio da cidade?
Que merda! Depois ainda dizem que eu sou ranheta...
8.3.06
Piadinhas Infames
Entrar na TPM no dia 8 de março.
Parabéns, mulheres! Por escutarem uma dessas pelo menos a cada dia, vocês merecem pelo menos 364 dias de homenagem!
6.3.06
Liberdade de repressão
Na verdade, eu já comecei a ficar meio engasgado com essa história das publicações das charges do profeta Muhammad. Além da falta de respeito, pois Muhammad é o símbolo maior da religiosidade e união do povo muçulmano em geral, foi de uma imensa cara-de-pau por parte dos jornais que alegavam a tal da liberdade de expressão (os mesmo jornais que ficam cheios de dedos ao falar de assuntos tabus, como anti-semitismo, homossexualismo, etc.).
Depois, vem uma nota que eu li no jornal sobre a apreensão de exemplares do "Protocolos dos Sábios de Sião". Tudo bem, vá! O livro não é nenhum tratado verossímil, tampouco tem suas teorias comprovadas, mas também não o considero ofensivo.
Junto de tudo isso, vem aquele monte de notícias que ouvimos sobre os "proporcionais" contra-ataques israelenses ao povo palestino, a retirada dos mesmos de seus territórios para a criação do Estado de Israel, as retaliações contra o legalmente eleito Hamas, e por aí vai.
Não estou querendo aqui fazer apologia ao anti-semitismo ou a qualquer outro tipo de preconceito, racismo, mesmo porque, tenho amigos (bons amigos, aliás) judeus, muçulmanos, homossexuais e negros (além do que, sou afrodescendente). Quero fazer apologia a duas coisas: à igualdade no direito à liberdade de expressão e ao respeito na liberdade de expressão. Uma dicotomia extremamente complicada, mas que faço questão de pô-la em prática.
Tenho, sim, o direito de falar o que eu quero, garantido pela Constituição (obviamente que o mesmo só me é garantido se não o fizer anonimamente). Mas tenho também o dever de respeitar. Respeitar a crença de alguém, da qual não compartilho. Respeitar a nacionalidade alheia. Respeitar a opção sexual do meu (minha) amigo(a). Tenho o direito de falar, de me expressar, mas NÃO DE OFENDER!
Pra completar, lendo o surra hoje, vi uma nota que já havia lido antes no jornal, sobre a tentativa fruastrada de retirada do Paradise Now no Oscar. E hoje, ao ler os premiados, que surpresa: Paradise Now perdeu prum filme sulafricano (duuuuhh!). Por que será, hein? A mesma academia que aclama Munique, apedreja Paradise Now...
Realmente uma palhaçada. Criticaram os nazistas e regimes facistas totalitários em geral, mas estão sendo imbecis na mesma proporção.
Cabe aqui aquele velho ditado, com uma pequena alteração:
Em se tratando de liberdade de expressão, aos amigos, tudo. Aos inimigos a lei, os mísseis, Guantanamo...
5.3.06
Oscar de cu é rola!
Este ano, temos aqui nas estâncias tupiniquins duas transmissões principais: na TNT, com o Rubens E. Filho e na Globo com o José 'JK' Wilker. Os jornais passaram a véspera confabulando e inferindo qual será a melhor.
Na minha modesta opinião, as duas serão a mesma bosta, recheadas de comentários clichês~, rasgações de seda previsíveis, alfinetadas sem-graça e o mesmo discurso patriótico se perguntando o porquê a porcaria de Central do Brasil ou da merda de Diários de Motocicleta não ganharam, assim como Fernando Meirelles não foi indicado, blá-blá-blá...
Enfim, no surprises...
A dica mesmo foi assistir a divertidíssima cobertura da entrada com a Joan Rivers e a sua (portentosa) filha.
Um dos melhores momentos: "Se eu estou usando calcinha? Claro, meu querido! Faz parte do meu contrato com a emissora!" (J. Rivers ao ser questionada sobre sua calcinha...)
Terminou, mudei pra HBO e assisti o final de algum filme que não ganhou o Oscar. E por conta disso, legal bagarái!
2.3.06
TPM - Um ensaio sobre a sigla, sob a visão masculina
Mas, conversando com uma nova amiga (aguardando seu retorno pra te linkar), lembrei dele, que estava meio esquecido no meu HD. Vou republicá-lo pra ver se me inspira.
Outro dia estava lendo uma matéria sobre TPM. Muitas coisas, como sintomas, eu já conhecia. Muitos deles deixaram cicatrizes nesse meu corpo já tão calejado. Mas lendo até o final, me deparei com uma afirmação que me fez pensar em escrever esse texto.
Uma mulher, com 32 anos muito bem vividos (pelo menos a foto deixava essa impressão), disse em tom de desabafo "nós mulheres sofremos muito com a TPM".
As mulheres sofrem com a TPM?
Será que a mulher tinha noção do que estava falando? Não discordo que a TPM realmente causa uma revolução na vida da mulher nos dias que se seguem nesse maremoto hormonal. Mas acho que o mais correto aí seria dizer "os homens sofrem tanto com a TPM".
Antes que as mulheres leitoras desse "humirde brógui" comecem a me xingar, vou tentar expor meus argumentos. Depois vocês podem até me esfolar.
Vou deixar de lado as minúcias fisiológicas, para não tornar o texto mais chato do que ele é, e porque a maioria das mulheres sabe de cor o que causa a dita cuja. Além disso, é uma visão masculina. Por isso, segundo a visão masculina, dividi a TPM em 4 fases principais:
Fase 1 - a Fase Meiguinha
Tudo começa quando a mulher começa a ficar dengosa, grudentinha. Bom sinal? Talvez, se não fosse mais do que o normal. Ela te abraça do nada, fala com aquela vozinha de criança e com todas as palavras no diminutivo. A fase começa chegar ao fim quando ela diz que está com uma vontade absurda de comer chocolate. O que se segue, é uma mudança sutil desse comportamento, aparentemente inofensivo, para um temperamento um pouco mais depressivo.
Fase 2 - a Fase Sensível
Ela passa a se emocionar com qualquer coisa, desde uma pequena rachadura em forma de gatinho no azulejo em frente à privada, até uma reprise de um documentário sobre a vida e a morte trágica de Lady Di. Esse estágio atinge um nível crítico com uma pergunta que assombra todos os homens, desde os inexperientes até os mais escolados como o meu pai: "Você acha que eu estou gorda?"
Notem que não é uma simples pergunta retórica. Reparem na entonação, na escolha das palavras. O uso simples do verbo "estou", ao invés da combinação "estou ficando", torna o efeito da pergunta muito mais explosivo do que possamos imaginar. E essa pergunta, meus amigos, é só o começo da pior fase da TPM. Essa pergunta é a linha divisória entre essa fase sensível da mulher para uma fase mais irascível.
Fase 3 - a Fase Explosiva
Meus amigos, essa é a fase mais perigosa da TPM.
Há relatos de mulheres que cometeram verdadeiros genocídios nessa fase. Desconfio até que várias limpezas étnicas tenham sido comandadas por mulheres na TPM. Exagero à parte, realmente essa é a pior fase do ciclo "tepeêmico". Você chega na casa dela, ela está de pijama, pantufas e descabelada. A cara não é das melhores quando ela te dá um beijo bem rápido, seco e sem língua. Depois de alguns minutos de silêncio total da parte dela, você percebe que ela está assistindo aquele canal japonês que nem ela e nem você sabem o nome. Parece ser uma novela ambientada na era feudal. Sem legendas...
Então, meio sem graça, sem saber se fez alguma coisa errada, você faz aquela famosa pergunta: "Tá tudo bem?"
A resposta é um simples e seco "tá" sem olhar na sua cara.
Não satisfeito, você emenda um "tem certeza?", que é respondido mais friamente com um grunhido baixo e cavernoso "teeenhooo...".
Aí, como somos legais e percebemos que ela não tá muito a fim de papo, deixamos quieto e passamos a tentar acompanhar o que Tanaka está tramando para tentar tirar Kazuke de Joshiro, o galã da novela que...
- Merda, viu!? - ela rosna de repente
- Que foi?
A Fase Explosiva acaba de atingir o seu ápice com essa pergunta. Sem querer, acabamos de puxar o gatilho. O que se segue são esporros do tipo:
- Você não liga pra mim! Tá vendo que eu tou aqui quase chorando e você nem pergunta o que eu tenho! Mas claro! Você só sabe falar de você mesmo! Ah, o seu dia foi uma merda? O meu também! E nem por isso eu fico aqui me lamuriando com você! E pára de me olhar com essa cara! Essa que você faz, e você sabe que me irrita! Você não sabe! Aquele vestido que você me deu ficou apertado! Aaaai, eu fico looooouca quando essas coisas me acontecem! Você também, não quis ir comigo no shopping trocar essa merda! O pior de tudo é que hoje, quando estava indo para o trabalho, um motoqueiro mexeu comigo e você não fez nada! Pra que serve esse seu Jiu Jitsu? Ah, você não estava comigo? Por que não estava comigo na hora? Tava com alguma vagabunda!? Aquela sua colega de trabalho, só pode ser ela. E nem pra me trazer uma porra de um chocolate! Cala sua boca! Sua voz me irrita! Aliás, vai embora antes que eu faça alguma besteira. Some da minha frente!
Desnorteado, você pede penico e vai embora. Tenta dar um beijinho de boa noite e quase leva uma mordida.
Fase 4 - a Fase da Cólica
No dia seguinte o telefone toca. É ela, com uma voz chorosa, dizendo que está com uma cólica absurda, de não conseguir nem andar. Você vai à casa dela e ela te recebe dócil, superamável. Faz uma cara de coitada, como se nada tivesse acontecido na noite anterior, e te pede pra ir à farmácia comprar um Atroveran, Ponstan ou Buscopan pra acabar com a dor dela. Você sai pra comprar o remédio meio aliviado, meio desconfiado. "O que aconteceu?" você se pergunta. "Tudo bem." você pensa. "Acho que ela se livrou do encosto".
Pronto! A paz reina novamente. A cólica dobra (literalmente) a fera e vocês voltam a ser um casal feliz.
Pelo menos até daqui a 20 dias...