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Num dos sites que costumo ler todos os dias, vi que a escritora estava meio de saco cheio de tudo.
No outro, há uns dias, um dos articulistas também demonstrava sua, digamos, impaciência.
Em vários outros que freqüento pude sentir essa indisposição que tenho sentido nos últimos meses.
Então, resolvi ler as notícias do dia.
Qual não foi minha surpresa, no Folha Online li outras coisas que me levaram à conclusão que estava diante dos meus olhos há uns 10 anos. Todo mundo anda meio de saco cheio. Cachorros, irmãos, padres etc.
Vejam por exemplo o caso do cachorro que matou o dono usando uma escopeta. O pobre cão deveria estar de saco cheio, pois o dono o levava para caçar, o fazia correr atrás de patos, coelhos e veados, depois acuar os animais para que o bravo caçador os matasse com a espingarda. E quando é que ele poderia 'finalizar' a caça, ou seja, matar selvagemente a presa, cravando seus dentes na carne suculenta e experimentar um pouco daquilo que ele fez por merecer, ao natural, cru? Nunca! Logo vinha seu dono e arrancava a caça de sua boca.
Ou o cara que matou a namorada para comê-la? O coitado deveria estar tentando há mais de um ano, sem lograr êxito. Até que a encontrou com o carteiro no meio de um sexo selvagem. Matou os dois e comeu-a. Denotativamente. É claro! Depois disse à polícia que foi um pedido divino...
E o moleque que matou um bebê que não o deixava assistir a TV?
E a mulher que chamou o marido de merda antes de matá-lo?
E o cara que foi mal atendido pela balconista e quis compartilhar a raiva com os outros clientes?
Até os velhinhos japoneses andam de saco cheio!

E eu, como um cidadão do mundo, me curvo à tendência global e me declaro oficialmente de saco cheio de toda essa porra!