Direitos individuais de cada um...
Ontem pudemos acompanhar um dos picos da espasmódica greve de alunos da USP.
O episódio em questão foi o piquete na Física. Algumas coisas a respeito li no jornal, vi no noticiário e escutei pelo rádio. Mas tive acesso a informação privilegiada, que não vai acrescentar em nada em termos de teor jornalístico, mas que vale para nos fazer pensar.
Minha esposa é aluna da pós na USP e teve que ir à Física, justo ontem, e pode acompanhar uma parte do bate-boca entre os piqueteiros e alunos que queriam entrar no prédio. De repente, num momento Chê Guevara, um aluno grevista grita ao outro que tentava entrar: "Você está ferindo o MEU direito constitucional de fazer greve!!" Vou cortar a cena aqui, pois o restante já saiu no jornal.
Mas farei uma análise da frase proferida pelo aprendiz de guerrilheiro meia-oito.
Ele diz que tem o direito constitucional de fazer greve. Não vou nem discutir esse direito, pois o presidente dele tá querendo acabar com o mesmo, e a história desse referido direito não é bem assim. O que incomoda mesmo é que essa frase é tão 'umbigocêntrica' que ele se esquece de alguns outros direitos garantidos pela nossa Constituição Federal. Vamos lá:
Art 5º, II - 'ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;' (Ou seja, se eu não quiser participar da greve, é MEU direito constitucional! Ele tem o direito de fazer, e eu o de não querer fazer. E ponto!)
Ainda no art. 5º, XV - 'é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair co seus bens;' (Conclusão: estou em território nacional e posso entrar no prédio da Física quando bem entender e nenhum piqueteiro pode me impedir, pois é MEU direito constitucional!!)
Enfim, só pelo escrito acima, o pentelho do piqueteiro feriu pelo menos dois direitos constitucionais de outras pessoas, de outros cidadãos. Isso porque eu não falei sobre invasão de propriedade, desacato a autoridade, promoção de desordem etc.
Acho justo o direito de greve, pois é uma das maneiras de fazermos nos ouvirem.
Mas, lendo com calma as reivindicações dos grevistas, senti o cheiro de maracutaia da grossa, já que uma delas é a revogação dos decretos do Governo para a universidade pública.
Explico: uma das partes desse decreto versa sobre a transparência na prestação de contas. Aliás, não vou explicar nada. Pra bom entendedor, pingo é letra.
Não é só aluno que tá interessado nesse decreto.
Basta ver a lista de reivindicações e procurar a agulha no palheiro.
O episódio em questão foi o piquete na Física. Algumas coisas a respeito li no jornal, vi no noticiário e escutei pelo rádio. Mas tive acesso a informação privilegiada, que não vai acrescentar em nada em termos de teor jornalístico, mas que vale para nos fazer pensar.
Minha esposa é aluna da pós na USP e teve que ir à Física, justo ontem, e pode acompanhar uma parte do bate-boca entre os piqueteiros e alunos que queriam entrar no prédio. De repente, num momento Chê Guevara, um aluno grevista grita ao outro que tentava entrar: "Você está ferindo o MEU direito constitucional de fazer greve!!" Vou cortar a cena aqui, pois o restante já saiu no jornal.
Mas farei uma análise da frase proferida pelo aprendiz de guerrilheiro meia-oito.
Ele diz que tem o direito constitucional de fazer greve. Não vou nem discutir esse direito, pois o presidente dele tá querendo acabar com o mesmo, e a história desse referido direito não é bem assim. O que incomoda mesmo é que essa frase é tão 'umbigocêntrica' que ele se esquece de alguns outros direitos garantidos pela nossa Constituição Federal. Vamos lá:
Art 5º, II - 'ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;' (Ou seja, se eu não quiser participar da greve, é MEU direito constitucional! Ele tem o direito de fazer, e eu o de não querer fazer. E ponto!)
Ainda no art. 5º, XV - 'é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair co seus bens;' (Conclusão: estou em território nacional e posso entrar no prédio da Física quando bem entender e nenhum piqueteiro pode me impedir, pois é MEU direito constitucional!!)
Enfim, só pelo escrito acima, o pentelho do piqueteiro feriu pelo menos dois direitos constitucionais de outras pessoas, de outros cidadãos. Isso porque eu não falei sobre invasão de propriedade, desacato a autoridade, promoção de desordem etc.
Acho justo o direito de greve, pois é uma das maneiras de fazermos nos ouvirem.
Mas, lendo com calma as reivindicações dos grevistas, senti o cheiro de maracutaia da grossa, já que uma delas é a revogação dos decretos do Governo para a universidade pública.
Explico: uma das partes desse decreto versa sobre a transparência na prestação de contas. Aliás, não vou explicar nada. Pra bom entendedor, pingo é letra.
Não é só aluno que tá interessado nesse decreto.
Basta ver a lista de reivindicações e procurar a agulha no palheiro.
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